Planejar cardápios

Existe uma coisa mágica em fazer cardápios. Combinar os pratos, fazer com que um dê espaço ao outro, fazer com que os sabores não se anulem, fazer com que eles se completem que seja uma experiência uniforme, acho que preparar os pratos individualmente pode ser mais fácil do que tecer o fio que vai conduzir uma refeição. 

Nesse momento você pode estar imaginando que uma das possibilidades é colocar no cardápio do seu jantar ou almoço pratos que sejam parecidos. 

Errado! 

Se você coloca pratos que se parecem, o final da refeição provavelmente vai dar a impressão que todos os pratos foram o mesmo, seu convidado sai da mesa com a impressão de ter comido praticamente a mesma coisa. E vamos combinar, que cada prato servido, precisa de identidade, precisa ter "uma cara". 

Uma refeição bem planejada precisa de um "fio condutor", mas cada etapa dela é inteira e única.

Tendo dito isso vocês agora podem imaginar meu desespero quando uma pessoa me pergunta "me diz aí Dani qual o cardápio que você sugere?" E quando alguém pergunta isso ela quer a resposta na ponta da língua, são poucas as pessoas que fazem isso felizmente, mas cada vez que acontece, eu tenho uma crise de desespero alucinado por 30 segundos. (rs). Sim eu quero poder responder, eu quero ajudar aquela pessoa, mas as vezes simplesmente a coisa não acontece, porque eu quero que seja ótimo, quero que as pessoas saiam da mesa felizes, esse aliás é ponto principal, fazer as pessoas felizes, ver a cara de satisfação ao fim de cada prato e claro, ao fim da refeição completa, e para que isso aconteça é preciso (eu pelo menos preciso) pensar com cuidado. 

Ao explicar essas coisas todas ao meu interlocutor  ele me olhou com uma cara de "quanta bobagem..." e pra minha renovada surpresa, ele falou a frase "ahh pára de frescura" essa reação me deixa em uma sinuca de bico, porque não é frescura!

Tenho cá minhas "frescuras", mas cuidado ao planejar um cardápio definitivamente não faz parte delas!

Se em algumas ocasiões é mais complicado que em outras é simplesmente porque quero que seja o mais perfeito possível, se isso é errado, eu aceito o fardo do erro, mas desculpe eu não vou mudar!